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28/02/2019

Um ano com boas expectativas

Começamos 2019 com as esperanças renovadas, após um longo período de turbulências e incertezas nos campos político e econômico. Todos os olhos estão voltados, neste momento, para acompanhar os primeiros 100 dias do novo governo. Um momento importante e decisivo para que o mercado entenda o rumo que o país deve seguir nos próximos anos.

Para o setor industrial madeireiro, encerramos 2018 mantendo o ritmo de crescimento das exportações, o que já vinha ocorrendo nos últimos anos, mas ainda em um cenário preocupante em relação à oferta x consumo do mercado e ao aumento dos custos de produção, que impactaram diretamente no faturamento. Como resultado, muitas empresas ainda operando abaixo das expectativas de seus planejamentos e faturamentos devido ao atual nível de preços do produto.

A seguir, um breve resumo das exportações de 2018:

Um dos principais itens de produtos de madeira exportado pelo Brasil, o compensado de pinus, registrou um volume total exportado de 2.272.067 m³ em 2018, aumento de 10% quando comparado ao ano anterior, resultado que, é considerável, dado o atual momento de demanda estagnada em vários dos principais países compradores do produto.

Outro produto que também registrou aumento no volume embarcado em 2018 foram as lâminas de pinus, mas a partir de uma base baixa e aquém da capacidade de produção nacional, passando de 103.013 m³ em 2017 para 165.582 m³ no ano passado.

Já a madeira serrada de pinus registrou uma elevação do volume total exportado em 2018 de 12% quando comparado ao ano anterior. Com uma média mensal de 213.143.339 m³, o Brasil exportou 275.000 m³ a mais que o ano anterior, mostrando uma boa evolução da produção nacional.

As exportações de madeira perfilada de pinus, predominantemente molduras, totalizaram 144.410.593 kg, praticamente repetindo o volume do ano anterior. O mesmo aconteceu com pisos engenheirados e maciços. O segmento de portas, dentro do histórico dos últimos cinco anos, apresentou um desempenho melhor, de crescimento, nos últimos três anos.

Na contramão do crescimento constante, os produtos industrializados a partir de espécies tropicais têm perdido força no mercado internacional. O compensado tropical exportou 61.016 m³ em 2018, mantendo o nível do volume exportado no ano anterior, resultando na média mensal de pouco mais de 5.000 m³. O mesmo aconteceu com as lâminas tropicais. Em 2018, foram embarcados apenas 13.424 m³, permanecendo em um nível baixo e estável nos últimos três anos.

A madeira perfilada tropical registrou um pequeno recuo do volume em comparação com 2017, apesar de a série histórica mostrar uma média estável dos volumes exportados nos últimos cinco anos.

O único item da pauta produzido a partir de espécies tropicais que teve aumento nas exportações foi a madeira serrada. O volume exportado em 2018 totalizou 556.441 m³, aumento de 18% em relação a 2017. Ainda são volumes muito baixos e distantes do que o Brasil exportava na década passada, quando embarcava mais de 1 milhão de m³/ano.

A análise que fica diante dos resultados apresentados é que, mesmo diante de um cenário desfavorável, as empresas conseguiram fazer negócios e recuperar algumas perdas. Mas ainda é possível fazer mais, principalmente, ocupando parte do mercado interno, no qual as indústrias de madeira pouco puderam atuar, em função da baixa demanda percebida nos últimos anos. Acreditamos que quando a economia voltar a crescer, poderemos produzir e gerar ainda mais empregos e renda para toda a cadeia produtiva do setor de base florestal. Acompanhamos atentos os próximos meses, otimistas de que boas oportunidades surgirão.

Paulo Pupo, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci)
www.abimci.com.br

Texto originalmente publicado na Revista Referência Industrial – edição fevereiro 2019